percebeu estava sendo arrastada para um bunker, era escuro e tinha tanta gente que a pequena menina de cabelos ruivos precisou se encolher em um canto junto com seu boneco de neve, vendo tanta gente olha-la como se fosse uma atração nova que queria chorar, ate o ponto de sentir o estomago se revirar e segurar a mãozinha de madeira do melhor amigo, aquilo não durou muito, algo estava acontecendo com o mundo fora dali, sendo deixada sozinha. ‘’ Você esta segura’’, foi tudo o que ouviu antes do completo silencio. Horas depois outras pessoas estranhas surgiram junto com Nicholas, confiava em seu tio e aquilo lhe trazia alivio, estava tão assustada que correu ate ele e pulou em seus braços, tentando se esconder de todas aquelas pessoas que tinham olhos estranhos e grandes sorrisos, ouvia algumas coisas que não entendia sobre leva-la a algum lugar, para onde iria?  Via seu tio a colocando no chão e ficando na sua frente, demorou um pouco para entender que estava querendo protege-la, mas ao ver Olaf de desfazendo sentiu um grande desespero no pequeno coração que batia mais rápido do que realmente deveria, não estava pronta para a sua primeira perda, nem para as coisas que estavam prestes a acontecer.          

       Com a aparição de Aurora, todos ficavam tensos, uma placa com escritas e formatos estranhos era entregue e com uma voz doce e cheia de desespero ouviu para se esconder, obedeceu, mesmo contra a sua vontade estava perdida demais para negar, porem de onde estava conseguia ver absolutamente tudo, lagrimas caiam em seus olhos quando aquele homem dos olhos estranhos começava a lutar, todos que amavam caiam diante de seus olhos, pensando que tudo estava perdido uma voz firme surge aos ouvidos, junto de a presença de uma sombra pesada ‘’você pode salvar sua mãe e seu tio, só precisa me aceitar’’, e então o fez, naquele momento não era mais uma criança e sim uma mulher, o poder que percorria seu corpo era denso, e lhe fazia se sentir viva, ate que as mãos se estendem e ao gritar poder saia delas, assim como de todo o corpo em uma explosão única em direção ao homem, tudo parecia ter se resolvido, estava viva assim como quem amava, mas aprendeu cedo que o destino era traiçoeiro, tudo desaparece assim como a própria visão, sua vida tinha chegado ao fim, era o que pensou antes de tudo não ser nada além de uma tela preta.           Acordou com uma dor forte no corpo, sentindo a maca gelada queimar sua pele frágil e delicada, tudo estava estranha, a visão turva não ajudava a distinguir o lugar que estava, mas parecia um laboratório com cerca de três pessoas, uma delas era o mesmo homem que conheceu nos campos de morangos, estava ele tentando sequestra-la desde o inicio? O sorriso largo fazia se lembrar de algumas coisas, fazendo sua respiração ir cada vez mais rápido, uma dor forte latejava na região acima dos pulsos, uma mulher de cabelos longos e loiros estava injetando algo ali. ‘’ O que você esta fazendo? Onde esta minha mãe? Tira-me daqui. ’’ Quanto mais se mexia, mais dor sentia ate que tudo começava a ficar escuro novamente, não conseguia mais manter os olhos abertos, o coração parecia alto demais aos ouvidos e por fim a respiração cede, fazendo com que adormecesse nada mais de dor, gritos ou olhos e sorrisos estranhos, apenas o doce som do silencio e a paz da escuridão, não sabia o que foi tirado de si naquele dia, porem todos as noites por cerca de dois anos sonhava com aquele momento onde um homem de cabelos loiros (Golden) e uma mulher (Pandora) tirava algo de sua essência, algo que ate mesmo nos dias atuais fazia falta e lhe causava sonhos ruins.          

      Despertou finalmente em sua cama, pensou que tudo estava resolvido, que sua vida voltaria a ser como antes e que teria Olaf de volta, bom... Não teve desde aquele acontecimento foi trancada no reino magico de Oz vendo sua mãe desaparecer por dias, as vezes ate mesmo meses, acabou sendo criada por Silvia que por mais que tentasse ser amável era bem rigorosa, gastando todo o tempo que tinha para aproveitar com estudo, aprendeu a ler e a escrever muito cedo, não era nada difícil mas a arte foi que aquecia seu coração, passava horas desenhando e pintando as coisas que surgiam a mente, mas explorar as possibilidades apenas foi permitido de forma teórica, com oito anos de idade já sabia falar português e inglês, aquele reino seguia a língua portuguesa dos humanos e isso facilitava ainda mais seus estudos. Aos dez anos já sabia falar francês, espanhol e italiano, mas a língua que mais custou aprender era o latim, não via necessidade em aprender um idioma já morto, porem sua tutora achava extremamente necessário para quando pudesse sair dali. ‘’Isso não vai acontecer e você sabe. ’’ a voz sempre carregava um grande desanimo e falta de esperanças, por não receber muito afeto tal coisa sempre incomodava ter seu próprio espaço era necessário e quando era invadido, virava uma fera, toques físicos eram sem nenhum sentido para si tentando evita-los ao máximo assim como sorrir, algo que Aurora, sua mãe fazia com uma frequência muito irritante, talvez por isso odiasse tudo aquilo, era o que não tinha mais.          

     Aos quatorzes anos era agora fluente em Latim, a maioria dos livros lia agora era sobre as mais diversas mitologias, nunca tinha visto nenhum deus daquelas histórias, mas sentia que se aproximava deles ao ler sobre seus feitos e do que eram capazes. O corpo humano também era algo curioso, aprendeu nas aulas sobre seu funcionamento e partes importantes e outras nem tanto, precisava admitir que a ideia de dissecar um sapo para saber o que tinha dentro era algo que odiou fazer, um dia perguntou a Silvia de onde vinha tanto conhecimento, a única frase que ouviu foi ‘’Glinda é uma bruxa muito antiga e inteligente e uma instrutora melhor ainda, ’’ Isso já era o suficiente para saber. Os outros anos que se passaram ate o atual (dezesseis anos) foram criados atrás de mais livros, vivia mais dentro da biblioteca do que em qualquer outro lugar do palácio, não tinha mais aulas, não precisava delas para aprender, começava a desenvolver seu próprio modo de aprendizado, com a memoria fotográfica conseguia ter uma grande capacidade de armazenamento, se lembrando de tudo que aprendia ,a única coisa que realmente faltava era a pratica e com isso foi obrigada a tomar um novo rumo, sendo coroada rainha tão nova e descobrindo da pior maneira como o mundo fora dali funcionava, precisava aprender mais, o deserto sempre era uma boa opção, começou aprendendo tudo sozinha, criando bonecos de treino e cenários imaginários onde precisava sobreviver para sair vitoriosa, o problema era que todos levavam a maldita sala do laboratório e o rosto do homem e da mulher voltavam aos olhos lhe obrigando a parar, sempre cansada e sem forças para absolutamente nada, sua figura paterna não era presente e grande parte da culpa disso era de sua mãe, foi a sua procura quando jovem ganhando o segundo animal de estimação que mais marcou sua vida, seu nome era simmons, um pequeno dragão que lhe acompanhava em quase tudo, o destino era estranho e escrevia as coisas por linhas tortas, mas agora era uma rainha, dona de sua própria vida e escolhas, sendo elas boa ou ruins saberia como lidar, era Amara Asknes a rainha de Oz e filha dos dois seres mais poderes que conhecia, podia fazer qualquer coisa. 

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